Da era Colonial à República a evolução do Transporte no Brasil
2 de janeiro de 2024 #Transporte
A história do transporte no Brasil é um fascinante relato de progresso e inovação. Desde os tempos coloniais, quando as rotas de transporte eram limitadas e rudimentares, até a era da República, onde se observa um sistema mais complexo e diversificado, o transporte tem sido um elemento crucial no desenvolvimento sócio-econômico do país.
Diante disso resolvi fazer algo diferente. Nos últimos meses tenho compartilhado alguns pensamentos e minha experiência como operador logístico, e confesso que tem sido muito produtivo, pois tenho conseguido trocar ideias que são muito importantes para a evolução do nosso segmento.
E não vejo isso somente como curiosidades ou uma contextualização histórica, mas como uma análise, afinal, para construir o futuro e viver o presente, é imprescindível compreender as movimentações do passado. Porém, o universo do transporte logístico pode ser realizado por vários meios, seja terrestre, aéreo ou fluvial, cada um com seu tempo de evolução. E acho que é isso que todos devem se atentar nessa análise que vou fazer.
Nessa época, o Brasil tinha números muito interessantes do sistema ferroviário: aproximadamente, 29.000 km de extensão, cerca de 2.000 locomotivas a vapor e 30.000 vagões em tráfego. Estima-se que quase metade desses números era responsável por escoar a produção cafeeira de São Paulo.
Esses número continuariam a aumentar, principalmente a expansão de estradas de rodagem, que muitas vezes tinham traçados paralelos aos das ferrovias. Com isso, ao invés de se estimular a integração intermodal de transportes, acirrava-se a competição principalmente entre rodovias, ferrovias e navegação.
A consolidação do sistema rodoviário como conhecemos hoje, se deu no governo JK, que incentivou a implantação de uma indústria automobilística nacional e, com a decisão de construir a nova capital no interior do país, impulsionou o desenvolvimento rodoviário do Brasil.
A partir daí, os outros modais foram enfraquecendo com o tempo e extremamente reduzidos, como o caso do ferroviário, que perdeu totalmente seu protagonismo no transporte, tanto de carga quanto de passageiros.
E a empresa ditou o ritmo da aviação não só nacional, mas de todo o cone sul, tanto de passageiro quanto de carga, até o começo dos anos 2000, quando problemas financeiros fizeram com que a empresa entrasse em recuperação judicial, em 2006, situação que arrastou até 2012, quando foi declarada falida. Um melancólico fim para a principal companhia aérea brasileira.
A primeira é que o protagonismo de um meio de transporte é sim muito atrelado ao incentivo do governo em determinado modal, como vimos na mudança envolvendo o modelo ferroviário e rodoviário.
E o segundo é mais direcionado ao meio em que vivo hoje, como operador logístico. Nosso foco deve ser efetuar o transporte de forma mais inteligente e eficiente para os nossos clientes, independente do meio que seja protagonista no momento. Com isso, devemos sempre estar preparados para as as mudanças nos modais. Seja essa transformação daqui 10, 20 ou 50 anos.
Está interessado em aprofundar seu conhecimento sobre a história do transporte no Brasil e seu impacto no desenvolvimento nacional? Visite nosso blog para mais artigos detalhados, análises aprofundadas e as últimas notícias sobre transporte e logística. Entre em contato com nossa equipe e participe da conversa, compartilhe suas ideias e descubra como a evolução do transporte continua a moldar o Brasil de hoje.
Diante disso resolvi fazer algo diferente. Nos últimos meses tenho compartilhado alguns pensamentos e minha experiência como operador logístico, e confesso que tem sido muito produtivo, pois tenho conseguido trocar ideias que são muito importantes para a evolução do nosso segmento.
E não vejo isso somente como curiosidades ou uma contextualização histórica, mas como uma análise, afinal, para construir o futuro e viver o presente, é imprescindível compreender as movimentações do passado. Porém, o universo do transporte logístico pode ser realizado por vários meios, seja terrestre, aéreo ou fluvial, cada um com seu tempo de evolução. E acho que é isso que todos devem se atentar nessa análise que vou fazer.
Transporte na era Colonial
No Brasil Colonial, o sistema de transporte era rudimentar e centrado em torno das necessidades dos engenhos e da procura de metais preciosos. As ligações entre as capitanias eram predominantemente marítimas, com a utilização de uma variedade de embarcações. Este período também viu o início da construção naval no Brasil, com a criação das primeiras embarcações de tipo europeu no Rio de Janeiro em 1531, marcando o começo da indústria naval brasileira.A chegada da Família Real e as mudanças nos Transportes
A chegada da família real portuguesa ao Brasil, no início do século XIX, marcou um ponto de virada significativo. A necessidade de melhorar as vias de comunicação e transporte se tornou uma preocupação governamental. A Lei de 29 de agosto de 1828 foi um marco legal importante, estabelecendo a competência dos governos Imperial, Provincial e Municipal em questões de transporte e comunicação.A reestruturação da República
A partir da República, o país se reestruturou administrativamente e, com isso, foi criado o Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas. Nesse período, o transporte era feito basicamente pelos modais fluvial e ferroviário. Um grande ganho neste período foi o Plano da Comissão de 1890, que estabelecia as competências federais e estaduais no transporte.Começo do século XX e o fortalecimento ferroviário
Logo em meados da primeira década do século XX, três acontecimentos foram marcantes para o crescimento ferroviário no país: a assinatura do Tratado de Petrópolis, entre o Brasil e a Bolívia, para construir a Estrada de Ferro Madeira – Mamoré; a criação da Inspetoria Federal de Estradas – IFE, órgão central para o planejamento dos transportes nacional; e o Plano de Viação Férrea de 1912, que previa a integração ferroviária para o Vale do Amazonas.Nessa época, o Brasil tinha números muito interessantes do sistema ferroviário: aproximadamente, 29.000 km de extensão, cerca de 2.000 locomotivas a vapor e 30.000 vagões em tráfego. Estima-se que quase metade desses números era responsável por escoar a produção cafeeira de São Paulo.
A era rodoviária
O Governo de Washington Luís (1926-1930) começou a proporcionar uma grande virada no transporte nacional, com grande impulso para o desenvolvimento do rodoviarismo brasileiro. Foram criadas novas estradas de rodagem e a venda de carros no Brasil também foi aumentando. Em 1930, existiam 2.255 quilômetros de extensão de estradas de rodagem e 5.917 quilômetros de estradas carroçáveis, em mau estado de conservação.Esses número continuariam a aumentar, principalmente a expansão de estradas de rodagem, que muitas vezes tinham traçados paralelos aos das ferrovias. Com isso, ao invés de se estimular a integração intermodal de transportes, acirrava-se a competição principalmente entre rodovias, ferrovias e navegação.
A consolidação do sistema rodoviário como conhecemos hoje, se deu no governo JK, que incentivou a implantação de uma indústria automobilística nacional e, com a decisão de construir a nova capital no interior do país, impulsionou o desenvolvimento rodoviário do Brasil.
A partir daí, os outros modais foram enfraquecendo com o tempo e extremamente reduzidos, como o caso do ferroviário, que perdeu totalmente seu protagonismo no transporte, tanto de carga quanto de passageiros.
Uma menção honrosa
Mesmo sem muito incentivo no Brasil, o transporte de carga também tem sua participação na história da logística do país, principalmente com a atuação da Varig Cargo e, posteriormente, Varig Log, que foi a pioneira no modal. O transporte de carga aérea no Brasil teve inicio com a criação da VARIG, em 1927. Além de passageiros, a primeira rota da VARIG, também transportava carga. Em 1944, aconteceram os primeiros voos exclusivamente feitos por cargueiro, na rota Porto Alegre e Pelotas.E a empresa ditou o ritmo da aviação não só nacional, mas de todo o cone sul, tanto de passageiro quanto de carga, até o começo dos anos 2000, quando problemas financeiros fizeram com que a empresa entrasse em recuperação judicial, em 2006, situação que arrastou até 2012, quando foi declarada falida. Um melancólico fim para a principal companhia aérea brasileira.
O Ministério dos Transportes do Brasil em 2024
O Ministério dos Transportes do Brasil em 2024 tem se concentrado em diversas iniciativas e projetos significativos no setor de transporte. Algumas das principais ações e planos incluem:- Planejamento e Balanço de Ações: O Ministério apresentou um planejamento detalhado de seus projetos e programas para 2024, focando principalmente nas áreas de rodovias e ferrovias. Essa apresentação foi feita à Controladoria-Geral da União (CGU), visando maior transparência e eficiência nos processos de auditoria de obras públicas.
- Retomada e Iniciativas em Ferrovias: O governo planeja retomar as obras na ferrovia Transnordestina em 2024, com destaque para os trechos entre Caetité (BA) e Barreiras (BA) da Fiol II, e entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT) da Fico. Além disso, há um foco significativo no Plano Nacional de Ferrovias, previsto para ser apresentado no primeiro semestre do ano.
- Leilões de Concessão de Rodovias: Está prevista a realização de mais de 10 leilões de concessão de rodovias em 2024. Esses leilões são parte de um esforço mais amplo para injetar investimentos privados no setor e otimizar contratos de rodovias.
- Investimentos e Obras: O Ministério relatou um aumento significativo nos investimentos em obras em 2023, com a expectativa de continuar essa tendência em 2024. As iniciativas incluem a recuperação, pavimentação e duplicação de milhares de quilômetros de rodovias, bem como a isenção de ICMS para obras ferroviárias para reduzir os custos de capital desses projetos.
- Repactuação de Concessões de Rodovias: O Ministério também está abrindo caminho para a repactuação das concessões de rodovias, visando garantir o financiamento necessário para a execução das obras planejadas. Isso inclui negociações para a expansão de rodovias já existentes para atender ao aumento do tráfego.
Mas e o futuro?
Depois de analisar a nossa história, é possível ver que o Brasil tem potencial para trabalhar diversas formas de transporte, seja terrestre, aéreo e fluvial, porém, parece que nunca houve uma convergência dos modais, mas sim, uma disputa. O que é difícil entender, ainda mais levando em conta que uma das dificuldades da nossa economia é o alto custo Brasil, ocasionado, também, por problemas de infraestrutura. Enfim, mas tiro duas lições analisando nossa história.A primeira é que o protagonismo de um meio de transporte é sim muito atrelado ao incentivo do governo em determinado modal, como vimos na mudança envolvendo o modelo ferroviário e rodoviário.
E o segundo é mais direcionado ao meio em que vivo hoje, como operador logístico. Nosso foco deve ser efetuar o transporte de forma mais inteligente e eficiente para os nossos clientes, independente do meio que seja protagonista no momento. Com isso, devemos sempre estar preparados para as as mudanças nos modais. Seja essa transformação daqui 10, 20 ou 50 anos.
Está interessado em aprofundar seu conhecimento sobre a história do transporte no Brasil e seu impacto no desenvolvimento nacional? Visite nosso blog para mais artigos detalhados, análises aprofundadas e as últimas notícias sobre transporte e logística. Entre em contato com nossa equipe e participe da conversa, compartilhe suas ideias e descubra como a evolução do transporte continua a moldar o Brasil de hoje.
Escrito por
Ricardo Agostinho Canteras
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