O Just in time na logística farmacêutica

O Just in Time (JIT) é um nome extremamente reconhecido nos círculos de produção e logística, representando uma metodologia que visa maximizar a eficiência e minimizar o desperdício. Mas como essa abordagem se aplica na prática, especialmente no setor de logística farmacêutica? A Temp Log, especialista em logística de última milha e cadeia do frio, oferece uma visão única.

A metodologia busca criar um fluxo contínuo e suave de produção, minimizando tempos de espera, diminuindo falhas e aumentando a eficiência global dos processos. No setor de logística refere-se a um método de gerenciamento de estoque, cujo objetivo é reduzir o armazenamento excessivo de produtos, entregando-os exatamente quando são necessários. 

O resultado é um planejamento operacional ainda mais assertivo, que vai garantir agilidade na entrega e consequente manutenção da integridade dos produtos. Algumas práticas-chave que permeiam o Just in Time na logística são previsão e demanda, estoque mínimo, produção sob encomenda, entregas frequentes, colaboração com fornecedores, qualidade e eficiência, e monitoramento e feedback.

Os termos envolvem a premissa do Just In time, ou seja, uma estratégia eficiente e minuciosa, que oferece uma série de vantagens para a obtenção de uma operação logística mais econômica e responsiva às necessidades do mercado. 

A criação do Just in Time

O Just in Time é um conceito que foi desenvolvido e popularizado pela Toyota Motor Corporation no Japão nas décadas de 1950 e 1960. Embora não haja um único criador ou momento específico, o JIT é frequentemente associado ao sistema de produção da Toyota e às contribuições de várias pessoas e influências ao longo do tempo.

O Just In Time foi influenciado por diferentes ideias e princípios, incluindo:

• Sistema de Supermercado: Kiichiro Toyoda, fundador da Toyota, visitou supermercados nos Estados Unidos e se inspirou no conceito de reposição de estoque conforme a demanda. Isso contribuiu para a ideia de produzir apenas o que é necessário, evitando excessos.
• Taiichi Ohno: Ele é frequentemente considerado o “pai” do sistema JIT na Toyota. Ohno desenvolveu e aperfeiçoou muitos dos princípios e técnicas fundamentais do JIT, como a produção puxada (produção com base na demanda real), a eliminação de desperdícios e o sistema Kanban (sistema de controle visual para gerenciar a produção).
• Sistema de Produção Enxuta: O JIT também está associado ao conceito de “Lean Manufacturing” (Produção Enxuta), que enfatiza a eliminação de atividades e processos que não agregam valor, bem como a busca constante por eficiência e melhoria contínua.
• Crise do Pós-Guerra: Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão enfrentou recursos limitados e uma necessidade urgente de reconstrução. Isso incentivou abordagens mais eficientes para a produção e o uso de recursos, o que influenciou a criação do JIT.

A Temp Log, o Just In Time e o Lean Logistics

Ao expandir seus horizontes e se adaptar às mudanças do mercado, a Temp Log integra o Just in Time com a filosofia Lean, otimizando seus processos logísticos. Ricardo Canteras, diretor comercial da Temp Log, compartilha que um planejamento meticuloso é essencial para o JIT, especialmente ao se tratar de logística farmacêutica.

A visão de Canteras ressalta a importância de medir e monitorar cada etapa do processo, desde o preparo até a entrega. Essa prática garante que produtos sensíveis, como medicamentos termolábeis, sejam mantidos nas condições ideais durante o transporte.

Leia também: A redução no tempo de entrega com a metodologia Lean 

As principais vantagens do Just In Time

A implementação do JIT apresenta uma série de benefícios, incluindo:

• Redução de custos de estoque: Permitindo que as empresas mantenham estoques mínimos ou até mesmo eliminem estoques, o que economiza dinheiro em armazenamento e obsolescência.
• Melhoria da eficiência operacional: Sincronizando a produção com a demanda, as empresas podem operar de forma mais eficiente, reduzindo o desperdício de recursos.
• Tempo de ciclo mais curto: Ajudando a encurtar o tempo de produção, permitindo às empresas responderem mais rapidamente às mudanças na demanda do mercado.
• Qualidade aprimorada: Com menos estoque, é mais fácil identificar e corrigir problemas de qualidade, resultando em produtos de melhor qualidade.
• Flexibilidade: Tornando mais fácil para as empresas se adaptarem a mudanças nas preferências dos clientes e nas condições de mercado.
• Melhoria na relação com fornecedores: Estreitando a colaboração com fornecedores, o que pode levar a relacionamentos mais sólidos e confiáveis.
• Redução de espaço de armazenamento: Com estoques reduzidos, as empresas podem economizar espaço de armazenamento, o que pode ser valioso em áreas de alto custo imobiliário.
• Redução de capital de giro: Menos dinheiro é amarrado em estoques, permitindo que as empresas usem seu capital de forma mais eficaz.

No entanto, é importante notar que a metodologia também apresenta desafios, como a necessidade de uma cadeia de suprimentos altamente confiável e a exposição a interrupções na produção se ocorrerem problemas de fornecimento. Portanto, a implementação bem-sucedida do JIT requer planejamento e gestão cuidadosos.

Ferramentas Essenciais no Just In Time

Diversas ferramentas e técnicas sustentam a metodologia JIT:

• Kanban: Um sistema visual que controla o fluxo de materiais e informações na produção. É baseado em cartões ou sinais visuais que indicam quando reabastecer estoques.
• Poka-Yoke: São dispositivos ou técnicas à prova de erros projetados para evitar defeitos na produção. Isso ajuda a manter a qualidade sem a necessidade de inspeções intensivas.
• Mapeamento do Fluxo de Valor: Uma técnica que envolve a análise detalhada de todo o processo de produção para identificar atividades que não agregam valor e eliminar desperdícios.
• Flexibilidade de Produção: Capacidade de trocar rapidamente entre diferentes produtos ou lotes de produção para atender às demandas do cliente.
• Produção Puxada: A produção é acionada com base na demanda real, em oposição à produção empurrada, que é baseada em previsões.
• Setup Rápido (SMED): Uma metodologia para reduzir o tempo de troca de ferramentas e equipamentos entre lotes de produção, permitindo a produção de lotes menores.
• Manutenção Preventiva: Manter equipamentos e máquinas em boas condições de funcionamento para evitar paradas não planejadas.
• Trabalho em Equipe e Envolvimento dos Funcionários: Incentivar a participação dos funcionários na melhoria contínua e no processo de tomada de decisões.
• Fornecedores de Confiança: Estabelecer relacionamentos de longo prazo com fornecedores confiáveis para garantir entregas pontuais e de qualidade.
• Gestão Visual: Uso de gráficos, indicadores e painéis para acompanhar o desempenho da produção em tempo real.

Vislumbrando o Futuro

O futuro do Just In Time (JIT) provavelmente envolverá avanços na automação, tecnologia da informação e logística para se tornar mais eficiente, sustentável e adaptável às demandas do mercado. Algumas tendências possíveis são:

• Tecnologia avançada: O JIT se beneficiará de tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas (IoT) para monitorar o estoque em tempo real e a Inteligência Artificial (IA) para prever demanda e otimizar o planejamento de produção.
• Automatização da produção: A automação robótica e a fabricação aditiva (impressão 3D) podem desempenhar um papel importante na implementação do JIT, permitindo uma produção mais flexível e eficiente.
• Logística aprimorada: A logística JIT se tornará mais eficiente com rotas de entrega otimizadas, uso de veículos autônomos e drones para transporte rápido e seguro de produtos.
• Personalização em massa: O JIT poderá ser adaptado para atender à demanda crescente por produtos personalizados, aproveitando a flexibilidade da produção automatizada.
• Sustentabilidade: A conscientização ambiental está crescendo, e o JIT pode se adaptar usando métodos de produção mais sustentáveis e transporte com menor emissão de carbono.
• Resiliência da cadeia de suprimentos: O JIT precisará incorporar estratégias de resiliência para lidar com interrupções, como pandemias ou desastres naturais, tornando as cadeias de suprimentos mais flexíveis e diversificadas.

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