Transporte de medicamentos, armazenamento e seus cuidados

30 de julho de 2019 #Transporte Transporte de medicamentos, armazenamento e seus cuidados
Já falamos por aqui que os processos logísticos na área farmacêutica têm seus próprios desafios relacionados às particularidades de suas mercadorias. E dois desses desafios dizem respeito ao transporte e armazenagem correta dos medicamentos, que necessitam de cuidados para que não haja qualquer prejuízo na sua composição. Afinal, é preciso garantir que o consumidor final receba seus medicamentos da forma mais adequada para contribuir com a sua saúde. No artigo de hoje, vamos abordar 5 tópicos sobre os cuidados necessários na hora de transportar e armazenar medicamentos, que precisam ser observados constantemente. Em relação ao transporte, os tópicos estão de acordo com o manual de Boas Práticas, elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

1 – Espaço de armazenamento

O primeiro cuidado é garantir que o espaço físico que servirá como estoque seja adequado e siga todas as exigências da ANVISA, ou seja, significa que ele deve ser bem higienizado e oferecer um bom controle de ventilação e iluminação. Uma central de armazenamento para esse tipo de produto precisa ser escolhido com muito mais cuidado do que se fosse para outras mercadorias menos vulneráveis. Por isso, o local precisa passar por uma inspeção bem cuidadosa e profissionais gabaritados da Qualidade validem esse espaço, conforme seu produto exige.

2 – Autorização para o transporte

Não existe uma legislação específica que determine como os medicamentos devem ser transportados, mas sim normas recomendadas pela ANVISA. Uma delas é a necessidade de documentos que autorizem o transporte desse tipo de item. Para as empresas, é preciso solicitar a Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE), junto à Anvisa, uma certificação de que aquela empresa está apta ao transporte de medicamentos que não contenham substâncias de controle especial. Já as transportadoras que pretendem trabalhar com medicamentos que tenham substâncias de controle especial, o documento é diferente: Autorização Especial (AE), também concedida pela Anvisa. Nesse caso, também é preciso ter o acompanhamento de um farmacêutico.

3 – Condições de temperatura no armazenamento

  A maioria dos medicamentos não pode ser submetida a altas temperaturas e muitos deles precisam ser refrigerados. Por isso, é recomendado que o local de armazenamento seja equipado com refrigeradores, freezers ou câmaras refrigeradas, que permitem um controle mais rigoroso da temperatura sob a qual as mercadorias estão acondicionadas.  

4 – Condições de temperatura no transporte

É necessária uma embalagem apropriada que conserve a climatização adequada ao tipo de carga, durante todo o trajeto que será transportada. É importante investir em inovação e materiais que funcionem como bons isolantes térmicos, para manter a temperatura correta. Além disso, a ANVISA determina que o responsável técnico acompanhe o processo de validação das embalagens, garantindo assim que o medicamento conserve todos seus princípios ativos.
O transporte dos medicamentos precisa garantir a integridade do produto de ponta a ponta.  

5 – Gestão do estoque

Um dos critérios básicos que precisam ser priorizados na gestão de estoque de medicamentos é o prazo de validade, para não correr o risco de vender para o consumidor remédios que já tenham perdido a sua eficácia ou que ofereçam algum perigo. Para isso, um dos sistemas mais recomendados é o FEFO (First Expire, First out), onde os produtos próximos ao vencimento são dispensados primeiro.  Este modelo é preconizado pelo Ministério da Saúde. Para consultar todas as normas da Anvisa para o transporte de medicamentos, busque os seguintes documentos: Portaria 1052/98, Res.433/2005 (sobre as funções do farmacêutico durante o transporte) e RDC 329/99. O que mais você quer ver aqui sobre a logística no setor farmacêutico? Algo mais sobre transporte de medicamentos e armazenamento de medicamentos? Sugira as próximas pautas que podemos trazer!
Autor

Escrito por
Ricardo Agostinho Canteras
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