O impacto das mudanças climáticas na logística de medicamentos

6 de novembro de 2023 cadeiafria, Gestão
A mudança de temperatura é uma das principais preocupações dos Operadores Logísticos quando se trata do transporte de medicamentos. Não é à toa que as ondas de calor, que elevaram as temperaturas em quase todo o Brasil no mês de setembro, chamaram a atenção de empresas como a Temp Log, apesar de o controle de temperatura já fazer parte da rotina e do planejamento da empresa. 

O Brasil, por ser um país de dimensões continentais e com temperaturas muito distintas, tendo cada região um perfil térmico específico, já faz com que os Operadores Logísticos, independentemente de eventos climáticos, como aquecimento global, enfrentem desafios constantes, aplicando proteções capazes de atender essa diversidade. O objetivo é evitar a perda de eficiência do produto e o consequente prejuízo aos pacientes. Para isso, são adotadas estratégias, que contemplem não apenas a demanda do mercado, mas também as exigências dos órgãos reguladores, como a Anvisa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, inclusive, atualizou, no primeiro semestre, a RDC 430/2020, ampliando as exigências relacionadas ao controle e monitoramento de temperatura dos medicamentos, sejam eles termolábeis ou não. A substituta da RDC 430 é a RDC 653, do ano passado, que segue os passos da resolução anterior, porém diminuindo as brechas e minimizando qualquer possibilidade de que os medicamentos cheguem às farmácias ou hospitais impróprios para serem ministrados.

É importante destacar que as mudanças climáticas podem ter diferentes impactos no transporte de medicamentos. Alguns deles fogem do alcance das empresas:

▶️ Temperaturas extremas: O aumento das temperaturas pode afetar a estabilidade de muitos medicamentos, tornando-os menos eficazes ou até mesmo inúteis. Isso é especialmente crítico para medicamentos sensíveis ao calor, como vacinas;

▶️ Eventos climáticos extremos: Furacões, inundações, incêndios florestais e outros eventos climáticos extremos podem interromper o transporte de medicamentos, causando atrasos no fornecimento e aumentando o risco de escassez.

▶️ Infraestrutura danificada: As mudanças climáticas podem levar a danos na infraestrutura de transporte, como estradas e pontes, o que dificulta o transporte seguro e eficiente de medicamentos para áreas afetadas.

▶️ Acesso a áreas remotas: Em regiões onde as mudanças climáticas causam deslocamentos ou isolamento de comunidades, o acesso a medicamentos essenciais pode ser prejudicado, afetando a saúde da população.

▶️ Mudanças na distribuição de doenças: As mudanças climáticas podem afetar a disseminação de doenças, influenciando a demanda por medicamentos específicos em diferentes áreas geográficas.

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Para mitigar esses impactos, é importante que as empresas e governos considerem estratégias de adaptação, como o uso de embalagens mais resistentes à temperatura, sistemas de monitoramento climático e planos de contingência para situações de emergência no transporte de medicamentos. Além disso, a redução das emissões de gases de efeito estufa para combater as mudanças climáticas é fundamental para prevenir impactos mais graves no futuro.

Estratégias utilizadas pelas empresas para garantir a integridade dos medicamentos

Diante do atual cenário provocado pelo fenômeno El Niño, as empresas têm reforçado as suas ações, garantindo a integridade dos medicamentos. Uma delas envolve a ampliação do mapeamento térmico de rotas críticas, conforme destacou o diretor comercial da Temp Log, Ricardo Canteras. De acordo com o executivo, o mapeamento passou a ser feito duas vezes por ano, no verão e no inverno. Antes, acontecia apenas em uma ocasião. Porém, a mudança no procedimento não está ligada apenas aos dias quentes, pois quedas bruscas de temperatura também podem deteriorar alguns tipos de medicamentos. 

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Ele explica que, ao aumentar o mapeamento térmico, são descobertas rotas mais críticas, tanto no quesito de temperatura para cima quanto para baixo, pois os medicamentos também têm sensibilidade a temperaturas muito baixas. A maioria dos medicamentos biológicos, por exemplo, devem ficar entre 2 e 8 graus, então há uma preocupação com o congelamento. O mapeamento ajuda a detectar onde precisam ser aplicadas as ações passivas ou ativas. As medidas são alinhadas conforme a expectativa de quem vai receber aquele medicamento e o prazo necessário.

O controle passivo envolve o uso de embalagens isotérmicas, que variam conforme o perfil do produto e a distância a ser percorrida até o destino final. Já o controle ativo está ligado à utilização de veículos refrigerados, geralmente na última milha ou quando é um envio dedicado, com perfil maior e alto grau de exigência. O problema é que em um país com mais de cinco mil municípios, há apenas abaixo de 10% da frota de carga brasileira com sistema de refrigeração, ou seja, mesmo se tiver demanda, não há oferta de profissionais, veículos ou equipamentos refrigerados.

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Veículos com isolamento térmico contribuem para manutenção da temperatura

Os veículos com isolamento térmico desempenham um papel fundamental em manter a temperatura adequada para medicamentos sensíveis à temperatura durante o transporte, sendo especialmente relevante para os medicamentos que exigem armazenamento em temperaturas específicas, como vacinas, produtos biológicos e medicamentos para câncer.

Eles são projetados para controlar e manter as condições de temperatura dentro do compartimento de carga. São equipados com sistemas de refrigeração ou aquecimento, dependendo das necessidades, e isolamento térmico para proteger os produtos contra variações extremas de temperatura. Esse tipo de veículo evita o superaquecimento ou congelamento dos medicamentos, capazes de comprometer sua eficácia.

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Por isso, a Temp Log tem conversado com todas as transportadoras parceiras de forma a alertá-las sobre a necessidade de adequar, minimamente, os automóveis com isolamento térmico para atender não apenas os itens de cadeia refrigerada, mas também aqueles que exigem temperatura ambiente, de 15 a 30 graus. Uma das ações em andamento é a inserção de isolamento térmico nos baús. Ainda não em 100% dos veículos, mas está sendo ampliado gradativamente. 

A mesma medida foi solicitada aos parceiros da Temp Log, de forma que iniciem um cronograma de implementação do isolamento na sua frota para que, a médio prazo, seja um benefício para toda a cadeia logística da indústria farmacêutica. A atuação efetiva da Temp Log contribui para reduzir as reclamações comumente feitas nos períodos de picos de temperatura, para cima ou para baixo. 

No verão, quando há um calor muito forte em praticamente todo o Brasil, há um histórico de reclamações de clientes, sendo necessária a abertura de um relatório de desvio para analisar a não conformidade e identificar em que ponto houve a excursão de temperatura, quanto tempo durou e o histórico de anos anteriores. 

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E você? Ficou com alguma dúvida? Quer entender melhor os serviços oferecidos pela Temp Log e como eles podem se adequar às necessidades da sua empresa? Gostou desse conteúdo, quer sugerir novas pautas ou mesmo fazer alguma observação sobre os materiais já postados? Entre em contato com a gente.
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