Covid-19: Desafios logísticos na distribuição das vacinas

28 de dezembro de 2020 #Armazenamento, #Logística, #Transporte Vacinação Covid
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, dia 10 de dezembro, o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19. Isso significa que, a partir do momento em que os testes forem concluídos, os fabricantes do produto podem pedir uma autorização para que as vacinas sejam usadas em caráter experimental, mesmo antes da obtenção do registro oficial. Para as empresas de logística, vem agora a questão: como será feita a distribuição dessas doses?

O Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 deverá atender pessoas espalhadas por todo o país. Com as doses precisando estar em temperaturas que variam, em média, entre 2 e 8ºC (algumas -70º, mas falaremos sobre isso mais tarde), é preciso pensar em uma logística de cadeia fria que atenda desde as áreas metropolitanas até as mais remotas.

A Logística de Cadeia Fria 

Um medicamento ou vacina deste porte tem uma série de pesquisas envolvidas, muitas vezes alinhadas com o estudo de estabilidade do produto, que demonstram quanto tempo ele pode ficar em certa condição de temperatura e umidade sem ter qualquer prejuízo em sua eficácia.

As cadeias de suprimento nesse processo são vitais, tendo a mesma importância da indústria. Se os elos da cadeia não atuarem de acordo com as regras e exigências das fábricas, há o risco de o produto não ter o efeito desejado no paciente. 

Como já explicamos anteriormente no blog, para se ter uma noção da ocorrência frequente de mal armazenamento de produtos farmacêuticos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem uma estimativa que diz que até metade das vacinas que são produzidas no mundo inteiro são entregues já decompostas, por causa da armazenagem incorreta.

É preciso então que as empresas farmacêuticas mantenham um rigoroso controle de cada setor envolvido no processo de distribuição, recebimento e armazenamento até chegar ao paciente, sempre atendendo à legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável também por fiscalizar as condições e qualidade dos medicamentos nos pontos comerciais e hospitalares. 

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É aí que entra a Logística de Cadeia Fria. Vamos, primeiro, entender quais são as duas maneiras de controlar o ambiente e a temperatura no transporte: ativamente e passivamente. 

– O controle ativo é aquele em que o veículo tem um equipamento que faz a refrigeração automática. São os caminhões refrigerados, que estamos acostumados a ver nas ruas.

– Já o controle passivo envolve embalagens formadas por elementos que bloqueiam a troca térmica e outros refrigerantes, como bolsas de gel.

E como eles são usados?

Normalmente para entregas maiores (para hospitais, por exemplo) se usa o controle ativo, e no transporte para regiões mais remotas, se usa o passivo.  Ou seja, ambas as modalidades devem ser amplamente utilizadas na distribuição das vacinas que necessitam de uma refrigeração “convencional”, que é aquela que precisa de um ambiente variando entre 2ºC e 8ºC.

Mas e as vacinas que precisam de baixíssima temperatura? 

Pois é, todos têm acompanhando diariamente nos noticiários que não é apenas esse tipo de transporte, já conhecido e praticado em solo nacional, que está em jogo nesse momento. 

Temos duas vacinas extremamente promissoras que demandam um cuidado ainda mais especial, incluindo a manutenção em -75ºC. Será que temos tecnologia pra isso? 

SIm! O Brasil realiza pesquisas com criogenia, que são materiais com temperaturas até mais baixas do que -75ºC, em diversos centros acadêmicos. Por isso, é preciso mapear, o quanto antes, todas as universidades, laboratórios, operadores logísticos e redes de hospitais que possuem a capacidade desse tipo de armazenamento.

Precisará ser feito um levantamento, em todo o Brasil, contendo quais são os locais que poderiam ser utilizados como Centros de Distribuição, para onde os materiais importados deverão ser destinados para armazenamento em baixíssimas temperaturas.

Depois, para poder espalhar isso por todo o território, precisarão ser utilizadas as embalagens de resfriamento passivo, com gelo seco.

A Pfizer explicou recentemente sobre elas: são embalagens testadas e validadas, que a empresa garante que com gelo seco são capazes de conservar o material genético das vacinas por até 15 dias.

Além disso, a Pfizer confirmou também que é possível fazer a substituição/renovação desse gelo seco por mais duas vezes sem comprometimento do produto.

Ou seja: com a manutenção adequada essas caixas garantem uma conservação de 45 dias da vacina fora do Centro de Distribuição. Além disso, a farmacêutica garante que, sob refrigeração comum (de 2 a 8ºC), o material genético não se degrada por 5 dias.

Então, o transporte desse tipo de vacina de baixa temperatura vai ser uma combinação de tecnologias de logística de monitoramento. Desde monitoramento ativo, quando você vai buscar laboratórios, universidades e hospitais que possuam capacidade para armazenar em grandes volumes, até o monitoramento passivo na distribuição, com embalagens e gelo seco, que é o único material que consegue chegar a  temperaturas negativas tão baixas assim.

Realizar a vacinação em massa no Brasil, com quase 210 milhões de habitantes, pode não ser uma tarefa tão simples. Porém, apesar de ser um grande desafio, a imunização coletiva é possível se a logística for rigorosamente planejada.

Seja para vacinas que demandem uma refrigeração mais amena ou para aquelas que precisam de temperaturas extremas, o principal desafio do Brasil hoje é a Logística de Cadeia Fria.

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Além disso, se tiver interesse em saber mais sobre transporte ativo e passivo de medicamentos, confira AQUI um post completo sobre o tema. E não deixe de conhecer mais o trabalho da Temp Log, especialista em oferecer transporte de produtos especiais no setor farmacêutico.

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Autor

Escrito por
Ricardo Agostinho Canteras
Temp Log